Um poema de Florisvaldo Mattos

 

“Liberdade é meu ser

e tempo. É o meu nome.

Razão – o meu sobrenome.”

         

 (Florisvaldo Mattos)

 

Florisvaldo Mattos nasceu  e vive na Bahia. Formado em direito, cedo ele optou pelo jornalismo, atividade que exerce até o presente. Por muitos anos dirigiu o caderno Cultural do Jornal A Tarde. Nos anos 60, integrou em Salvador o grupo da chamada Geração Mapa, liderado pelo cineasta Glauber Rocha. Entre suas obras publicadas, estão Reverdor (1965); Fábula Civil (1975); A Caligrafia do Soluço & Poesia Anterior (1996); e Mares Acontecidos (2000). Galope Amarelo e outros poemas (2001) e Travessia de Oásis – A sensualidade na poesia de Sosígenes  Costa (2004).

 

Um poema de Myriam Fraga

 

Banquete

O vinho
que  eu bebo
é  o preço
de  um  homem.

O prato que eu como,
sem  fome,
é  o salário
da  fome
de  um homem.

Mas,

o sonho que eu travo
com  fúria nos dentes

é  somente a metade
do sonho
de um homem.

 

 

  

 Myriam Fraga nasceu em Salvador, Bahia, em 09 de novembro de 1937. É membro da Academia de Letras da Bahia desde 1985 e dirige a Fundação Casa de Jorge Amado. A sua carreira literária teve início no final dos  anos 50, quando intelectuais da época, que frequentavam a Universidade, a Escola de Teatro e a Casa de Cultura localizada no bairro do Canela, se reuniam para trocar, ideias e escritos. O seu primeiro livro foi lançado em 1964, pela editora Macunaíma, criada por Glauber Rocha, Calazans Neto, Fernando da Rocha Perez e Paulo Gil Soares, com o objetivo de publicar as produções literárias dessa geração. 

Obra:

Poesia: Marinhas, Ed. Macunaíma, 1964, Bahia; Sesmaria, Ed. Imprensa Oficial da Bahia, prêmio Arthur Salles, 1969, Bahia; O livro dos Adynata, Ed. Macunaíma, 1975, Bahia. O Risco na Pele, Ed. Civilização Brasileira, 1979, Rio de Janeiro; A Cidade, Ed. Macunaíma, 1979, Bahia ; As Purificações ou o Sinal do Talião, Ed. Civilização Brasileira, 1981, Rio de Janeiro; A Lenda do Pássaro que Roubou o Fogo (Disco/Livro com música de Carlos Pita e monotipias de Calasans Neto), Ed. Macunaíma, 1983, Bahia; Six Poems: Tradução de Richard O’Connell, Ed. Macunaíma, 1985, Bahia.; Os Deuses Lares, Ed. Macunaíma, 1992, Bahia; Die Stadt, Ed. Macunaíma, 1994, Bahia; FEMINA, Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado/Copene, 1996.

Prosa:  Flor do Sertão, Salvador, Ed. Macunaíma, 1986, Bahia

Antologias: Cinco Poetas, Ed. Macunaíma, 1966, Bahia; Antologia da Moderna Poesia Baiana, Ed. Tempo Brasileiro, 1967, Rio de Janeiro; 25 Poetas da Bahia, Ed. DESC, 1968, Bahia; Sete Cantares de Amigos, Ed. Arpoador, 1975, Bahia; Antologia de Poetas da Bahia, em alfabeto Braille (Ed. Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1976, Bahia; Serial, 1978, Bahia; Em Carne Viva, Ed. Anima, 1984, São Paulo; Poetas Contemporâneos, Ed. Roswitha Kempf, 1985, São Paulo; Simulations Selected Translations, Ed. Atlantis, 1983, Estados Unidos; Sincretismo, a Poesia da Geração 60, Ed. Topboo

Lançamento de livro de Damário Dacruz em Cachoeira

 

“Não desejo luxúrias, nem futilidades/Desejo continuar acertando sempre e em prol de todos/Preciso sair dessa fase sem progressos e de dificuldades/Preciso obter os frutos de toda uma luta anterior e realizar novas sementes”.

Damário Dacruz, o poeta que conquistou admiradores com seus textos críticos e anticapitalistas, com suas palavras duras, mas verdadeiras para serem lidas e ouvidas, ainda continua arriscando, vivo e presente em forma de novos versos.

A Fundação Pedro Calmon promove, através do Núcleo do Livro, Leitura e Literatura, em 3 de dezembro (sexta-feira), às 14h30, em Cachoeira, mais uma edição dos Seminários Novas Letras com o tema Damário Dacruz: O Bardo do Recôncavo. O evento acontece no Pouso da Palavra, espaço cultural criado pelo poeta, e contará com a participação de leitores, poetas, estudantes, além dos admiradores da sua produção.

Na programação, gratuita, haverá recitais de poesias e performances, além de palestras. O evento tem como objetivo lançar o livro Bem que te Avisei, publicação póstuma em homenagem ao poeta, que morreu em maio deste ano. A ideia de divulgação, através de um livro, dos poemas inéditos de Damário surgiu da viúva, Graça Cruz, que resolveu levar aos leitores novos versos deixados pelo autor.

Foto: Leni David