Aberto do Cuca proporciona 15 horas de diversão e arte

 

 Muita diversão, arte e cultura. Foi assim que a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), realizou o Aberto do Cuca deste ano. A Cia Cuca de Teatro, juntamente com pessoas da comunidade, realizou um cortejo teatral, que saiu da praça da Matriz em direção ao Cuca.  Cantando músicas e fazendo brincadeiras, os integrantes vestidos de palhaço, convidavam as pessoas para participar do Aberto com 15 horas de atividades, das 8 às 23 horas.

“A iniciativa deu certo,” afirma Jacy Queiroz, que coordena as oficinas teatrais. Segundo ela, esta foi a maneira mais alegre e divertida de conclamar público para o evento, que marca os 15 anos do Cuca. “A atividade atraiu grande número de pessoas, que acompanharam o cortejo até o  seu destino final”,comemorou.

Com uma intervenção urbana, o Grupo Gema, coordenado pela artista plástica Maristela Ribeiro, inaugurou a Alameda Georgina Erismann, em homenagem à musicista e poeta feirense e ao aniversário da cidade. Trata-se de uma rua imaginária que começa na porta de entrada do Cuca e se estende até a sinaleira, no encontro entre a Rua Conselheiro Franco e a praça da Bandeira. O artista plástico Juracy Dórea descerrou a placa inaugural, ao som do Hino à Feira executado por professores do Seminário de Música e integrantes do Coral da Uefs.

O grupo Gema é formado por artistas, estudantes e pesquisadores, com a proposta de refletir, através da arte, sobre as convergências artísticas na cidade e na vida contemporânea, de modo investigativo e experimental, explica Maristela Ribeiro.

O Aberto 2010 conta com uma vasta programação, incluindo música, dança, teatro, artes visuais, cultura popular, literatura e ciência. As atividades acontecem simultaneamente no Cuca, CDL e praça  da Matriz.

No Museu Regional de Arte, a exposição de esculturas reúne os artistas Jorge Galeano, Jaquisson Batista, Pithon, Sonia Pedreira, Juraci Dórea, Ronaldo Lima e Nailson Chaves, que mostra esculturas em ferro. Um trabalho interessante e, como define Chaves, inspirado a partir da exposição de pintura “Brinquedos Semânticos”, explorando signos nacionais.

Destaque para a oficina de lutheria (construção de violões), com o professor Gilberto Guimarães. Ele fez explanação sobre o instrumento, mostrando as partes que o compõem e a evolução da engenharia de construção. Gilberto vive na cidade de Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia e é considerado um dos 50 profissionais dessa área no mundo inteiro, pelo GFA (Guitar Fundation of America).

O luthier  desenvolveu a sua própria técnica de construção e, por isso mesmo, é considerado um pesquisador. Ele conta que desde criança trabalhou em serraria, pois o pai era marceneiro e acabou se apaixonando por violino. “No  começo me dediquei à construção desse instrumento, utilizando madeiras européias. Depois, passei a me interessar também por violão, utilizando 80% de madeira brasileira, como o jacarandá”. O seu trabalho é direcionado para guitarras clássicas.

Socorro Pitombo – Assessoria Cuca/Uefs.

Grafiteiro baiano expõe na Suécia

 

O grafiteiro Fábio Rocha, mais conhecido como Limpo, participou da exposição Tankar Pa Drift (Pensamento Distante), em Malmö, na Suécia. Fábio, que desenha desde criança, trabalha com spray há 10 anos, foi convidado para participar do Uppsala Reggae Festival, na Suécia, por um dos organizadores que esteve em Salvador e gostou do seu trabalho. Ele passou três dias pintando durante a festa e seu estilo agradou aos suecos. Segundo Fábio “Na Suécia a graffiti é muita letra, então o meu traço era muito diferente e chamou atenção”.

De Uppsala, ele viajou para Estocolmo, capital do país, convidado para fazer pinturas em locais fechados e participar do Festival Kutunar. Em seguida ele seguiu para Malmö, onde seu trabalho ficou exposto de 18 a 28 de outubro de 2009, na Galleri Panora,

Fábio, que em Salvador se envolve com projetos sociais, deu uma oficina em uma escola para refugiados de guerra e imigrantes, em Malmö, a Nianya Skula. “Para eles era muito diferente, eles não fazem o graffiti com essa linguagem plástica”.

Fábio passou três meses na Suécia. Segundo ele a experiência foi “muito interessante, pois, quando você se afasta, você vê melhor a situação. Salvador tem muita liberdade. Lá, eles reservam um muro para pintar e você não pode ultrapassar isso, fica um policial fotografando e tudo. Assim que cheguei aqui fui pintar”.

 

Ele também expõe em galerias em Salvador e hoje em dia já consegue se sustentar com seu trabalho. Fábio é a favor de levar o graffiti para o espaço sacralizado da arte, o museu. “Para mim, é uma extensão do trabalho de rua. “Se eu entro na galeria, busco levar elementos da rua, para não perder a essência. Sempre levo algo, por exemplo materiais recicláveis. Foi algo inédito lá, mas me deram muita liberdade”.

Apesar de priorizar as ruas, Fábio pretende expandir seu trabalho e produzir  estampas em roupas e sapatos. “O graffiti não está limitado, ele pode ir em vários tipos de suporte, ele é  linguagem”.

Fonte: Correio da Bahia 

A arte de Graça Ramos e poemas de Damário Dacruz

A artista plástica Graça Ramos no Pouso da Palavra, em Cachoeira, pintando o retrato do seu amigo Damário Dacruz.

A foto é de George Lima e foi gentilmente disponibilizada pelo mesmo para ilustrar o post em homenagem ao saudoso Poeta.

Todo risco

A possibilidade de arriscar
É que nos faz homens
Vôo perfeito
no espaço que criamos
Ninguém decide
sobre os passos que evitamos
Certeza
de que não somos pássaros
e que voamos
Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos.

Anzol

Angustiado olhar
do peixe capturado.
Angustiado olhar
do peixe
na mesa do mercado.
O amor, às vezes,
tem esse olhar
de quem vacila prisioneiro
quando tudo é mar.

Outros jardins  

Borboletas
são flores
que decidiram
ganhar o mundo.

 

 Insistência

Os amores impossíveis
sabem dos seu destinos.
Os amores impossíveis
insistem como beija-flores
na busca incessante
do néctar invisível.
Os amores impossíveis
estão sempre fora da rota
mas acreditam que chegarão

Caixa – preta

Sou um homem.
Portanto,
mais que palavra.

Não pronuncio
o sentimento
apenas como palavra.

O que foi dito
ao entardecer
não se confirma
na madrugada.
O que foi visto
no sonho
não se confronta
com a realidade.

Sou um homem.
Portanto,
uma surpresa.
tristeza
de que não vamos
por medo do caminho.

In Segredo das Pipas, Salvador: EPP/ BANCO CAPITAL, 2003.

 

Grande Finale

 Avise aos amigos

que preparo o último verso.

A vida

dura menos que um poema

e no alvorecer mais próximo

saio de cena.”

                    (Último poema de Damário Dacruz) 

 

 

Nanja e suas máscaras

 

Neste mês de abril a artista plástica Nanja, expõe seu trabalho. O vernissage está agendado para o dia 27, e dessa vez ela apresenta algo novo e surpreendente.

 

Em vez de telas e mosaicos, Nanja, que considera o seu trabalho como uma forma de ver o mundo,  utilizou o rosto humano como matéria prima.

 

Rostos pintados, suaves ou deformados transformam-se em  máscaras, impregnadas de novos matizes e de novas expressões; elas chocam ou enternecem, amedrontam ou surpreendem. As máscaras humanas foram fotografadas por Leo Brasileiro.

Para ver mais fotos, clique aqui.