Renata Pitombo lança livro no Cuca

 

Reflexões sobre moda, mídia e cultura.

 Quem diria. Nos idos de 1913 jornais baianos já dedicavam colunas com informações sobre moda. Essa constatação foi possível graças à pesquisa da jornalista Renata Pitombo e pode ser conferida no livro A Sagração da Aparência: o jornalismo de moda na Bahia, com lançamento agendado para as 19h30 do dia 19 de de outubro, no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). O livro contém 227 páginas e traz o selo da Editora da Universidade Federal da Bahia (Edufba). Além dessa verificação histórica, a pesquisa revela ainda as transformações provocadas pelo tema moda no jornalismo, “como a mudança no modo de receber a notícia, que além de informar precisa seduzir, bem como uma nova cultura da feminilidade”, ressalta a autora. Segundo ela, a publicação destaca dois aspectos relacionados à moda: a teoria e a prática jornalística.

Inicialmente, a obra recupera a discussão conceitual sobre o fenômeno da moda, estabelecendo algumas considerações sobre as relações entre a indumentária e a comunicação. Num segundo momento, desenvolve pesquisa sobre as matérias jornalísticas, a fim de perceber como se dá a apropriação da moda pelos meios de comunicação. Toma como referência os registros dos jornais A Tarde e Tribuna da Bahia, entre as décadas de 1970 e 1990.

 A noite de lançamento contará com recital do grupo Mínima Música, composto por Monclar Valverde (voz, sax, violão, piano e composições) e Tiago Medeiros (baixo, violão, piano e composições). Com esta formação, o grupo privilegia o trabalho autoral, sem deixar de lado clássicos da música instrumental e Bossa Nova. Com outra formação, o grupo já se apresentou no teatro do Cuca em novembro de 2010, mostrando suas próprias versões de consagrados Standards do Jazz americano.

Renata Pitombo é jornalista e doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (UFBA). Cursou pós-doutorado em Sociologia no Centro de Estudos sobre o Atual e o Cotidiano, da Université René Descartes (Paris V- Sorbonne), em 2011. Coordenou o curso de Graduação em Comunicação e Produção de Moda da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) Salvador, entre 2003 e 2006. Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), coordena o grupo de pesquisa Corpo e Cultura (CNPq) e é autora de Os Sentidos da Moda (Annablume, 2005).

 

RESENHA

 A SAGRAÇÃO DA APARÊNCIA: o jornalismo de moda na Bahia

Renata Pitombo Cidreira

 O grande diferencial que se percebe no trabalho de Renata Pitombo Cidreira é o seu domínio sobre uma temática tão complexa, como a moda.

Jornalista, com mestrado e doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas (UFBA), atualmente professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e coordenadora do grupo de pesquisa Corpo e Cultura (CNPq), Renata foi a primeira estudiosa, em Salvador, a levar o discurso de moda para a academia. Autora de diversos trabalhos importantes, como Os Sentidos da Moda, publicado em 2005, ela tem como marca a meticulosidade nas suas investigações e a clareza com que constrói suas análises.

Na obra A Sagração da Aparência: o jornalismo de moda na Bahia (Salvador: EDUFBA, 2011),estas características mais uma vez se evidenciam, no momento em que, fundamentada em conceitos engendrados por teóricos clássicos e contemporâneos, a autora monta uma pesquisa cuidadosa, usando a imprensa escrita como fonte para nortear as suas hipóteses, estabelecendo uma particular e sensível conexão para enunciar que “moda é comunicação”.

O livro provoca uma série de reflexões no leitor, enquanto historia a moda na Bahia, através de um extenso levantamento, que teve como referência os jornais A Tarde e Tribuna da Bahia, entre as décadas de 1970 e 1990 – fase em que o mundo apresenta-se economicamente como um modelo puro da sociedade de consumo de massa e o desenvolvimento tecnológico consolidou o Prêt-à-Porter, confirmando o processo da democratização da moda do vestuário.

Em paralelo, a obra desmistifica a ideia de que “não existe jornalismo de moda na Bahia”, ao comprovar que, a moda está presente no jornalismo baiano, desde 1913, quando o Jornal A Tarde dedicou a este tema um espaço, em uma das suas quatro páginas.

Inclusive, através dos diversos textos jornalísticos arrolados, alguns transcritos nesta obra, é possível observar, durante o século XX, uma transformação na formatação das suas estruturas literárias e, curiosamente, constata-se que muitos informaram ao leitor além das tendências das estações que se seguiriam: comentavam sobre a importância da “aparência”, questionando sobre as “estruturas de pensamento vigentes na sociedade”.

Trata Renata, ainda, do surgimento da moda enquanto sistema e constata que a instalação desta dinâmica “só se efetiva porque os meios de comunicação se apropriam dos elementos característicos da moda e passam a reverenciar valores como sedução, novidade, renovação, prazer imediato, etc.” 

Além de oferecer uma leitura agradável, o livro traz uma grande contribuição no momento em que a autora faz análises interpretativas dos textos jornalísticos, confrontando-os às teorias inicialmente citadas, e abre espaços para novas discussões de “questões relativas, não só ao jornalismo de moda na Bahia, mas também à própria Moda, enquanto fenômeno cultural autônomo.”

Uma das poucas edições baianas que aborda questões outras no viés da moda, o livro A Sagração da Aparência: o jornalismo de moda na Bahia, além de uma referência para os pesquisadores das áreas de moda e de comunicação, é recomendado para todos aqueles que tenham interesse em uma boa leitura.

 

Márcia Couto Mello

Doutora em Arquitetura e Urbanismo (UFBA), professora e coordenadora do Curso de Especialização em Moda, Artes e Contemporaneidades (Universidade Salvador / UNIFACS).

 

Gostei de saber

 

No número 41  da Avenida  dos Champs Elysées, me  deparei com uma informação curiosa:

“Alberto Santos Dumont

(1873 – 1932)

Brasileiro

Inventor, construtor, piloto.

Pioneiro da Aeronáutica

Morou nesse imóvel diante do qual, em 1903,

aterrissou o seu dirigível nº 9.”

Conversando com um francês contei a novidade e ele retrucou: “em Saint Cloud (oeste de Paris), perto da Dassaut Aviation, existe um Liceu, uma praça e uma estátua em homenagem  a Santos Dumont”, e me enviou o link da foto:

 Link da foto aqui

 

O Dia da Criança em foco

Exposição de brinquedos populares no Museu Casa do Sertão

O Dia da Criança será comemorado na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) com a tradicional Exposição de Brinquedos populares no Museu Casa do Sertão. Para divertir a garotada, a partir desta segunda-feira (10), haverá também contação de histórias com títulos da literatura de cordel e teatro de fantoches com a história do Boi Encantado. Serão realizadas, ainda, atividades recreativas, brincadeiras de roda e jogos tradicionais do universo infantil.

A exposição de brinquedos contará com 160 peças. Destas, 115 pertencem ao acervo permanente e 45 foram confeccionadas pelos funcionários e estagiários do Museu Casa do Sertão. Em breve as peças serão incorporadas ao acervo.

Para a confecção das peças foram utilizados materiais como madeira, tecidos e garrafas pets. Foi seguido o princípio do reaproveitamento de materiais utilizados em objetos tradicionais, como “bate e volta”, “estralador”, “carrinhos” e “insetos”, objetos do
repertório popular dos brinquedos e brincadeiras.

Com a programação, a idéia é valorizar as brincadeiras de infância, reacendendo um imaginário perdido devido ao fácil acesso aos modernos brinquedos eletrônicos que dispensam a criatividade e a diversão coletiva e espontânea das brincadeiras de roda, nas disputas de adivinhas e nos brinquedos artesanais, uma das mais importantes
formas da criatividade nordestina.

Ao visitar a Sala Dival Pitombo no Museu Casa do Sertão, as crianças terão contato com “roi-roi”, o “badogue”, o “mané gostoso”, carrinhos de lata, bonecas de pedra, bolas de gude e de meia, pernas de pau, bruxinhas confeccionadas com sobras de tecido, entre outros brinquedos tradicionais.

A exposição será aberta ao público no dia 10 de outubro e pode ser vista até 11 de novembro das 8h15 às 11h30 e das 4h15 às 17h30, de segunda a sexta-feira. O Museu Casa do Sertão está localizado no campus da Uefs. Outras informações podem ser obtidas através do telefone (75) 3161-8099.

Programação:

– Exposição de Brinquedos Populares

Contação de histórias com literatura de cordel, dias 10, 13 e 14 de outubro às 10 horas

– Teatro de fantoches com a História do boi encantado que animava a “Feira” de Sant’Ana 11 e 14 de outubro às 15 horas

– Recreação no Museu – Dias 11 e 13 de outubro às 16 horas

 

Cachoeira em Festa

Celebração da literatura e difusão da cultura brasileira é o que propõe a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica 2011), que acontece entre os dias 11 e 16 de outubro com programação de debates e atrações musicais gratuitas.

Cachoeira é o primeiro município da Bahia a sediar uma festa literária internacional, trazendo possibilidades de lucro e geração de empregos temporários para a população. Segundo o Secretário de Cultura de Cachoeira, Lourival Trindade, a cidade receberá investimentos em transporte, estrutura, turismo e na preparação de equipes qualificadas para atuar no evento. A expectativa é de  atrair 10 mil pessoas nos seis dias de festa.

Durante a Flica 2011, autores do Brasil e do mundo se encontrarão no Recôncavo Baiano para celebrar a literatura e discutir a cultura brasileira. Estão previstas na  programação, debates e atrações musicais gratuitas.

Para consultar a programação clique aqui

 

 

Palavras de um vencedor

 

“Seu tempo é limitado, então não o desperdice vivendo a vida de outra pessoa. Não se deixe aprisionar pelo dogma – que é viver segundo os resultados dos pensamentos de outras pessoas. Não deixe o barulho da opinião dos outros sufocar sua própria voz interior.”

“Você não pode ligar os pontos olhando para a frente; você só pode fazer isso olhando para trás. Então você tem que confiar que os pontos irão se conectar de alguma forma no futuro. Você tem que confiar em algo – seu instinto, destino, vida, karma, seja o que for. Esse modo de encarar as coisas nunca me deixou na mão e fez toda a diferença na minha vida.”

Steve Jobs