Professores: o silêncio dos bons

A Folha de São Paulo publicou hoje reportagem com o título “Governo da Bahia promove “aulão” que tem até show de reggae”. Embora mostre algumas facetas da greve, a reportagem tece comentários sobre as medidas tomadas pelo governador com o intuito de “amenizar a situação dos estudantes que estão sem aulas há mais de dois meses”. No entanto, nada é dito a respeito da intransigência do governo, do confisco das vantagens funcionais dos professores, entre outras coisas.

Na realidade, com o objetivo de esvaziar a greve dos professores da rede pública estadual, que exigem o pagamento do piso salarial instituído pelo governo federal, a Secretaria de Educação assinou contrato, sem licitação, de R$ 1,5 milhão com a empresa Abais Conteúdos Educativos & Produção Cultural Ltda, coordenada por Jorge Portugal.

Ontem (27) o primeiro “aulão” foi realizado enquanto os professores da rede pública protestavam diante da escola. Segundo a Folha “a primeira edição da aula-show reuniu professores que, sobre um palco, falaram sobre crise no Oriente Médio e impactos do narcotráfico no Brasil, entre outros assuntos”. Dois alunos se manifestaram a respeito: “Diferente do que teríamos na sala, com o professor próximo da turma”, segundo Jadson Almeida, que quer cursar enfermagem. Larissa Lima, no entanto, gostou da iniciativa por poder relembrar alguns temas. Mas, para ela, o “aulão” busca disfarçar o impasse da greve. “Deveríamos ter aulas normais e ‘aulões’ como complemento.

Jorge Portugal, conhecido na Bahia como apresentador de programas de televisão, está à frente da iniciativa; a reportagem afirma ainda que a empresa em questão fechou outro contrato com o governo, de R$ 1,9 milhão, para fazer programas de TV com temas do Enem e de vestibulares.

Ainda na mesma reportagem, segundo a professora Sandra Marinho, da Universidade Federal da Bahia, os gastos (com esses “aulões”) são discrepantes em relação ao ensino público. “Temos escolas em situação precária, com acervos de bibliotecas ameaçados. É a mercantilização da educação e a desqualificação dos profissionais da rede pública.”

Cabe salientar que os professores tiveram os seus salários cortados e lutam contra a intransigência do governo que se nega a negociar. Em várias ocasiões ele se mostrou irredutível e afirmou que não fará mais acordo. “Não haverá mais nenhum acordo, pois a categoria fez dessa greve uma luta política“. Ontem, em Campo Formoso, no interior do estado, ele repetiu mais uma vez que “Se depender de mim vocês não terão salário”.

Assim fica difícil, não é?

Por outro lado, novas iniciativas têm sido tomadas, como na Câmara Municipal de Feira de Santana, que promoveu um debate sobre a situação dos professores da rede pública. Leiam abaixo:

Greve dos professores: Sessão na Câmara Municipal de Feira de Santana debate situação da categoria

 Ney Silva

Professores da rede estadual de ensino, em greve há quase 80 dias, participaram na manhã desta quinta-feira (28), de uma sessão especial na Câmara de Vereadores. Eles lotaram a galeria para ouvir os discursos de representantes da APLB, de vereadores e do deputado Targino Machado.

O presidente da APLB-Feira, Germano Barreto lamentou a ausência de um representante do estado na sessão especial. Sobre a possibilidade de a greve acabar depois do dia 2 de Julho, o dirigente da entidade disse que não passa de mais uma história. “Botaram data, tiraram data e os professores continuam firmes na resistência”, afirmou.

Durante pronunciamento o deputado estadual Targino Machado informou que devido ao estresse a que estão submetidos, sem dinheiro até para comprar medicamentos, seis professoras já morreram vítimas de infarto. Ele fez duras críticas ao governador Jaques Wagner e o chamou de “traidor”.

A professora Nadja Sampaio, que integrou a comissão de professores para participar da sessão especial, destacou que é preciso saber qual é o país que as pessoas querem ter. “É um país de faz de contas. Onde as leis ficam no papel ou onde as leis são cumpridas?”, questiona. Ele lembrou que quando se elege um político se tem a expectativa que pelo menos as leis sejam cumpridas.

Segunda Nadja, a lei do piso é muito clara. Estabelece que a cada janeiro os professores tem direito a um aumento salarial. Além do piso, também diz que aposentados e pensionistas não devem ser prejudicados. Mas, segundo a professora o governo está indo de encontro á lei.

Ela esclarece que a proposta de 7% em novembro não vai contemplar aposentados e pensionistas. “No caso dos professores, de um modo geral, se eles aceitarem esse percentual agora, quando for em janeiro o piso terá um novo aumento e a categoria ficará excluída desse reajuste. O que nós estamos pedindo é que realmente se cumpra a lei”, afirmou Nadja.

A professora disse também que o reajuste de 22,22% foi concedido pela presidente Dilma e isso demonstra segundo ela, que se o percentual foi concedido é porque os estados e municípios têm condições de pagar. “O governo federal dá o aumento e o governo estadual diz que não pode pagar. Isso significa uma irresponsabilidade do governo federal?” questiona.

O vereador Ailton Rios, também lamentou a ausência de representantes do estado para participar do debate, o qual ele classificou como muito importante. Ele leu uma nota informativa publicada em jornais onde consta que está sendo incluído no Plano Nacional de Educação (PNE), a destinação de um percentual de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em políticas de educação durante um período de 10 anos.

Ele fez referências às informações do deputado Targino Machado de que existem ONGs recebendo milhões do governo do estado e, principalmente, o contrato da empresa do professor Jorge Portugal por cerca de R$ 1,5 milhão para realizar as aulas para os alunos do 3º ano do ensino médio.

Apesar da sessão não ter contado com a presença de um representante da Secretaria Estadual de Educação, o vereador Marialvo Barreto autor do requerimento que propôs a discussão diz que a ata vai ser encaminhada ao governador Jaques Wagner. “Seria bom que a Secretaria de Educação mandasse um representante para se tentar um acordo“, afirmou.

Na próxima segunda-feira professores de Feira de Santana vão participar de um protesto em Salvador durante as comemorações do 2 de Julho, data da Independência da Bahia.

Fonte: Acorda Cidade

 

“O que me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons.” (Martin Luther King)

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Jaques Wagner é vaiado em Cachoeira

Wagner é alvo de protesto e se diz chocado com a “covardia” dos grevistas

Biaggio Talento l Agência A TARDE

Cachoeira  – O governador Jaques Wagner foi recebido com várias e gritos de “traíra”, por um grupo de 100 professores do Estado em greve, na manhã desta segunda-feira, 25, quando chegou à Igreja do Carmo, em Cachoeira, para assistir a um concerto alusivo aos festejos do Dois de Julho, a Independência da Bahia.

Em entrevista, Wagner ponderou que está faltando “compreensão” de parte dos professores. Alegou que não está sendo intransigente e acusou os sindicalistas do APLB-Sindicato de transformarem a greve em movimento político.

“Me parece que do lado de lá há uma queda de braço (entre as lideranças) e eu já disse que a luta política se resolve no processo eleitoral. O que mais me choca é a covardia contra os alunos indefesos. É fácil dizer que a culpa é do governador, pois o governador representa o poder, mas não sou eu que estou tirando as aulas dos meninos, são os professores. É como usassem os alunos como escudo”, criticou Wagner.

O clima em frente à Igreja do Carmo era de expectativa, desde o início da manhã, quando grevistas de vários municípios do Recôncavo Baiano começaram a se concentrar à espera do governador para o Te Deum, culto que exalta os heróis da guerra da Independência.

Wagner não apareceu, quebrando uma tradição dos anos anteriores. Foi representado pelo seu chefe de gabinete Edmon Lucas. Os professores passaram a cantarolar as músicas que vem vendo usadas nos atos dos grevistas: “Ele, ele é traidor, é traidor, é traidor” e “governo ordinário, não deu o piso e cortou o meu salário”.

Secretários estaduais e deputados da base governista que chegavam ao local eram vaiados. Um dos mais visados, o líder do governo na Assembleia Legislativa e candidato a prefeito de Feira de Santana, Zé Neto (PT), reagiu com bom humor. “Eu já tenho o casco duro”.

Fonte: http://atarde.uol.com.br/cidades/noticia.jsf?id=5848680&t=Wagner+leva+vaia+e+se+diz+chocado+com+a+

Greve dos professores na Bahia

  

 Greve dos professores estaduais é mantida por unanimidade

Patrícia Conceição / Evilásio Júnior

 Como antecipou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), Rui Oliveira, ao Bahia Notícias, a greve dos professores da rede estadual de ensino foi mantida por unanimidade. A votação foi realizada no estacionamento da Assembleia Legislativa (AL-BA) por centenas de servidores, que ocupam a Casa há 49 dias, inclusive trabalhadores de outras categorias que declararam apoio à paralisação. Durante a convocação do pleito, Oliveira chegou a perguntar se alguém “era maluco” de solicitar o fim do movimento, mas as manifestações só aconteceram em tom de brincadeira.

A diretora da APLB, Elza Melo, organizou a estratégia de ocupação da AL-BA para os próximos dias, em que haverá rodízio dos profissionais que dormirão no local, bem como divulgou o cronograma de atividades. “É greve, mas a gente não pode parar. Temos que continuar nos mobilizando”, clamou. Entre os passos seguintes, a classe pretende “enquadrar” o governador Jaques Wagner no Aeroporto Internacional de Salvador neste sábado (2). Como não sabe o horário em que o petista chegará no terminal, o grupo promete chegar cedo e só sair de lá após conversar com o mandatário baiano.

Estudantes fazem manifestação de apoio aos professores na Rótula do Abacaxi

Patrícia Conceição

Alunos da rede estadual de ensino, sem aulas há 49 dias por conta da greve dos professores, promoverão um ato de apoio ao movimento docente nesta quarta-feira (30), a partir das 9h, na Rótula do Abacaxi, em Salvador. Devem participar da mobilização alunos de colégios localizados nos bairros da Liberdade, Pero Vaz, IAPI, Cabula, Pernambués, Caixa D’Água, Tancredo Neves e Arenoso. Pais, alunos e docentes se reuniram nesta segunda (28), no Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Classe 2, no Pero Vaz, para discutir o apoio ao movimento. “A comunidade se reuniu com a preocupação de que o ano letivo seja invalidado. Os alunos querem uma postura diferente por parte do governo do Estado”, conta a professora Débora Medina, que atua em uma escola no IAPI, em entrevista ao Bahia Notícias. Se a manifestação ganhar mesmo a adesão dos estudantes, a promessa é de trânsito congestionado na região da Rótula na manhã desta quarta.

Fonte: Bahia notícias

Professores cantam contra o governo em protesto no Dique do Tororó

Nem a chuva, nem a greve dos rodoviários foram capazes de impedir os professores da rede estadual de ensino, em greve há 45 dias,  de ir às ruas protestar na manhã desta sexta-feira (25), no Dique do Tororó, no centro de Salvador.

A manifestação foi embalada por paródias e gritos de guerra que tiveram como alvo principal o governador Jaques Wagner (PT), que não foi o único a cair na boca dos docentes. Os petistas Nelson Pelegrino, pré-candidato à prefeitura de Salvador, e Zé Neto, líder do partido na Assembleia Legislativa (AL-BA), também tiveram seus nomes gritados como traidores da categoria.

Segundo informações da Superintendência de Trânsito e Transporte (Transalvador), a passeata deixou o fluxo de veículos lento na região e seus reflexos puderam ser sentidos, desde as 9h, nas avenidas Bonocô e Paralela, além das regiões do Iguatemi e central da cidade. Ainda de acordo com o órgão, até as 11h20 o movimento não havia se dissipado e o congestionamento persistia, ainda que em menores proporções.

Fonte: Bahia notícias

Leia mais sobre a greve dos professores aqui.

 

Domingos na Música

A primeira edição do projeto ‘Domingos na Música’ acontece neste domingo (13), a partir das 16h, no Palacete das Artes Rodin Bahia, apresentando ao público show de Gereba, voz e violão. Será uma reverência aos 100 Anos de Luiz Gonzaga e integra a mostra que a instituição promove na Sala de Arte Contemporânea – ‘O Imaginário do Rei: Visões sobre o Universo de Luiz Gonzaga’. As duas iniciativas são gratuitas.

Gereba é instrumentista, compositor, arranjador, produtor cultural e autor de projetos para a música brasileira, entre eles, ‘Dom Quixote, Xote Xote’, com a participação da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e Dominguinhos, e, mais recentemente, ‘A Vila do Gonzaga’.

Suas composições foram gravadas por Cássia Eller, Beth Carvalho, Caetano Veloso, Fagner, Trio Nordestino e Folk Crieg (Alemanha). No momento está finalizando o CD ‘Luas do Gonzaga’.

Sintonia – ‘Domingos na Música’ foi idealizado pela equipe do Palacete das Artes para valorizar o artista baiano popular e erudito, ampliando as possibilidades do público ao acesso à cultura, em sintonia com a política de integração da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultura (Ipac) e da Secretaria de Cultura do Estado (Secult).

O projeto prossegue até dezembro, com apresentações mensais. Em junho, Carlos Pita, seguido de Júlio Caldas (julho), Rita Braz (agosto), Carlos Barros (setembro), Janela Brasileira (outubro) e Alex Mesquita (dezembro).