São Salvador da Bahia de Todos os Santos – também conhecida como Bahia, foi a primeira cidade fundada no Brasil (1549), e a primeira capital do país, na época da colonização portuguesa. O nome da cidade tem sua origem na denominação dada pelo navegador italiano Américo Vespúcio à Baía onde ele aportou no dia 1 de novembro de 1503, dia em que se comemora Todos os Santos no calendário Católico. A Capitania Geral da Bahia de Todos os Santos foi a sede do governo colonial português. Por volta de 1824, quando foi promulgada a primeira Constituição brasileira, a antiga capitania foi designada como Provínciada Bahia, e, finalmente, após a Proclamação da República em 1889, ela tornou-se Estado Federal dos Estados Unidos do Brasil. No entanto, até o final do século XIX, a capital recebeu, simultaneamente, sete denominações diferentes: São Salvador, Salvador, Salvador da Bahia, Bahia, Bahia de Todos os Santos, e São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Atualmente, Bahia designa o Estado e Salvador a sua capital, embora as pessoas oriundas de outras regiões, como também um grande número de baianos, a nomeiam carinhosamente de « Cidade da Bahia », hábito que também é comum entre um grande número de escritores e compositores populares.
A cidade do Salvador da Bahia foi fundada por Tomé de Souza na entrada da Bahia de Todos os Santos, quarenta e nove anos após a chegada dos Portugueses à costa brasileira, para ser a sede do Governo Geral. A cidade construída na Capitania Geral da Bahia de Todos os Santos, nasceu para garantir a posse territorial do país aos Portugueses e para assegura a fixação de um pólo administrativo na Colônia.
Enquanto primeira capital do Brasil, Salvador acumulava a dupla condição de centro administrativo e de entreposto comercial. A cidade era ponto de parada obrigatório para viajantes e comerciantes do mundo inteiro, como também importante porto de desembarque e de comércio, sobretudo de escravos africanos.
Com a transferência da capital para o Rio de Janeiro (1763), mais próximo das minas de ouro de Minas Gerais, a antiga capital perdeu a sua importância política e permaneceu, segundo o historiador baiano Cid Teixeira, como uma espécie de ilha cultural, guardando assim os símbolos singulares da sua cultura.
Mas, para resumir, quem melhor define a Bahia é Caribé – Hector Júlio Páride Bernabó – nascido no subúrbio de Lánus, em Buenos Aires em 1911, de pai italiano e mãe brasileira. Veio à Bahia pela primeira vez em 1938, após a leitura do livro Jubiabá, de Jorge Amado, estabelecendo-se definitivamente à partir de 1942. Caribé faleceu em 1° de outubro de 1997 aos 86 anos de idade. Durante a sua vida foi jornalista, ilustrador, desenhista, pintor e escultor, deixando uma série de trabalhos que retratam os aspectos culturais populares da Bahia.
« A Bahia não é uma cidade de contrastes. Não é não. Quem pensa assim está enganado… Tudo aqui se interpenetra, se funde, se disfarça e volta à tona sob os aspectos mais diversos, sendo duas ou mais coisas ao mesmo tempo, tendo outro significado, outra roupa, até outra cara… Tudo misturado : gente, coisas, costumes, pensares. Vindos de longe ou sendo daqui, tudo misturado… Além da terra onde um dia descansaremos, há duas coisas : o preto e o branco. Havia. A loura de biquíni tem uma estrutura de ombros formidável, genuinamente sudanesa. A vendedora de mingau, escura como a noite, tem um holandês nos olhos. Tudo misturado… »
In, CARIBÉ – As sete portas da Bahia. Livraria Martins Editora, São Paulo, 1962, p. 23.
Exposição no Cuca reúne artistas de várias gerações
“Dois estados em diálogo com a arte”. É assim que o artista plástico Leonel Mattos define a “Exposição Intercâmbio Bahia X São Paulo”, que será realizada na próxima sexta-feira (25). O evento é promovido pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), por meio do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), em parceria com o Ateliê Leonel Mattos.
O coquetel de abertura está programado para as 19 horas, na Galeria de Arte Carlo Barbosa, no Cuca. A exposição fica aberta à visitação pública até 15 de abril. É a primeira de uma série que o Ateliê Leonel Mattos pretende realizar, iniciando por Bahia e São Paulo. Na sequência, a programação inclui Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pará.
Participam da mostra artistas das gerações anos 60, 70 e 80, com uma trajetória consolidada, entre os quais Almandrade, Bel Borba, César Romero, Gustavo Moreno, Juraci Dórea, Sante Scaldaferri, Sérgio Rabinovitz, Vauluizo Bezerra. E mais: Anna Anapana, Antônio Peticov, Claudia Simões, Caciporé Torres, Ivald Granato, Renot, Jú Côrte Real, Luiz Cavalli e Guilherme Faria.
No dia 25 de julho de 1996 tive a honra de conversar, emocionada, com Osmar Macedo (22/03/1923–30/06/1997), um dos “pais” do Trio Elétrico. A entrevista tinha como objetivo um trabalho acadêmico. Nessa ocasião, Osmar, uma pessoa amável e simpaticíssima, contou-me a história do Trio Elétrico, (cerca de 4.00h de gravação), sua trajetória ao longo daqueles quarenta e seis anos de participação em carnavais. Aqui será apresentado apenas um resumo, pois a história é longa e não caberia no espaço do blog.
Enquanto admiradora de Osmar Macedo, que brilhava no Trio Elétrico durante as festas momescas, a emoção daquele momento era indescritível; fiquei simplesmente encantada diante da simplicidade e da disponibilidade daquele homem, na época com 73 anos de idade, que não era somente um músico, mas alguém que teve uma vida profissional intensa e permeada de atuações importantes em todo o Brasil e também no exterior.
Conjunto Três e Meio”
Como tudo começou
Em 1938 Dodô, radiotécnico e músico, e Osmar, técnico em engenharia mecânica e músico, participaram do conjunto “Três e Meio”, que tocava em festas e programas de rádio em Salvador. Mas a idéia do novo instrumento que seria conhecido como “pau elétrico” e, posteriormente, como guitarra baiana, só surgiu algum tempo depois. Eles tinham visto em 1942, o violonista Benedito Chagas, do Rio de Janeiro, que se apresentara no Cinema Guarany, em Salvador. O seu violão era equipado com um captador, uma novidade para a época. Eles ficaram curiosos com o funcionamento daquele engenho, mas descobriram que, mesmo com amplificadores de maior alcance, o captador provocava a “microfonia” – uma espécie de apito muito forte – sempre que o volume era aumentado.
Os amigos Dodô e Osmar
Em sua entrevista Osmar conta que, nessa época, ele e Dodô foram à loja A Primavera, na Praça da Sé, com o objetivo de comprar um violão e um cavaquinho, pois descobriram que era a caixa acústica do instrumento que provocava a “microfonia”; logo, era preciso encontrar um pedaço de madeia maciço, sem caixa acústica. Na loja A Primavera, compraram os instrumentos, dos quais somente os braços seriam aproveitados, visto que era muito trabalhoso confeccioná-los… e quebraram os dois instrumentos na quina do balcão, na própria loja. O vendedor, um espanhol recém-chegado ao Brasil, perperxo, foi se queixar ao proprietário, dizendo que estava ali, “um maluco que comprava e quebrava os instrumentos”. – Ele está pagando? O dono da loja perguntou. – Está, sim senhor! – Então deixa ele quebrar…
Mas, na realidade, ele estava fazendo aquilo, porque queria que os braços dos instrumentos fossem empacotados, para poder levá-los para casa pois, “quem andava com um violão debaixo do braço, naquela época, principalmente numa segunda-feira pela manhã, era vagabundo e malandro”. Essa história também foi contada, segundo Osmar, numa entrevista concedida à Revista Veja, em 1972.
O “Pau elétrico” já havia sido confeccionado quando, em 1950, uma semana antes do Carnaval, uma orquestra de Recife, chamada Clube Vassourinhas, de passagem para o Rio de Janeiro, fez uma apresentação em Salvador. Segundo Osmar, essa orquestra “incendiou” as ruas da Bahia com a sua música e eles próprios ficaram entusiasmados com o que viram e ouviram: “Eu e Dodô, saímos atrás, junto com o povão, pulando, vendo a beleza do Clube Vassourinhas, com a orquestra de metais, cerca de 100 metais tocando pela avenida… pela Avenida Sete… Foi uma beleza, tocando frevos!”
Na mesma noite, após muitas confabulações, concluíram que, se ligassem os “paus elétricos” numa bateria para aumentar a potência do som, eles poderiam brincar o carnaval de uma maneira diferente. Uma semana depois, a velha Fobica de Osmar, na realidade um Ford 1929, participou do carnaval da Bahia equipada com dois alto-falantes; a “Dupla Elétrica” saiu às ruas da cidade e encantou a todos, principalmente àqueles que acompanharam a novidade, cantando e dançando. Até ali, não havia participação popular no carnaval local. As famílias se contentavam em apreciar o corso, desfile de automóveis abertos e decorados, onde moças bonitas e fantasiadas, filhas de famílias ricas, desfilavam pelas ruas da cidade jogando confetes, serpentinas e lança-perfume. Também havia o cortejo de carros alegóricos, patrocinados pelos grandes clubes da capital, entre eles, os “Fantoches de Euterpe”, o “Cruz Vermelha” e os “Inocentes em Progresso”.
Alguns anos depois, Moraes Moreira, o primeiro cantor do Trio Elétrico, comporia Vassourinha Elétrica, contando a história para quem não conhecia.
Varre, varre, varre Vassourinhas
Varreu um dia as ruas da Bahia
Frevo, chuva de frevo e sombrinha
Metais em brasa, brasa brasa que ardia
Varre, varre, varre Vassourinhas
Varreu um dia as ruas da Bahia
Abre alas e caminhos
Pra deixar passar
O trio de Armandinho, Dodô e Osmar…
Mas, voltando ao nascimento do Trio, em 1953, a dupla se transformaria em “trio elétrico”, quando o amigo e arquiteto pernambucano, Temístocles Aragão*, foi convidado para participar da festa. Naquele momento, o palco não era mais a Fobica, mas uma camionete. Aragão, porém, abandonou o trio algum tempo depois.
Na contracapa do CD Filhos da Alegria (1996), Osmar comenta: “Minha obra musical foi pequena, a atividade mecânica, que foi o sustentáculo da família, tolheu-me o tempo que poderia ter dedicado à música […] A maioria das minhas composições foram instrumentais, seguindo a linha do “frevo rasgado”, de Nelson Ferreira. Espero gravá-las em outra oportunidade. Nas capas dos LP’s onde foram gravadas essas músicas, desde o Carnaval de 1975 e também nos shows onde me apresento pelo mundo afora, faço uma carinhosa referência ao frevo pernambucano como peça fundamental na criação do trio elétrico”.
Osmar passou onze anos longe do circuito carnavalesco. Na década de 60, desgostoso com as dificuldades para sair com o trio e preocupado com a excessiva dedicação dos filhos à música, ele abandonou temporariamente seu invento. Nos anos 60, entrou em cena Orlando Campos, que viria a ser conhecido como Orlando Tapajós. Em 1969, Caetano Veloso compôs a famosa marchinha “Atrás do Trio Elétrico”, em homenagem ao trio de Dodô e Osmar.
O Trio patrocinado pelo guaraná Fratelli Vita (1952), com Dodô e Osmar, em Feira de Santana
Orlando Tapajós, por outro lado, foi o responsável pela profissionalização do trio elétrico, adotando placas de metal no lugar da carroceria do caminhão e vendendo publicidade. Em 1972 ele saiu com um trio que tinha a forma de uma nave espacial, que foi batizada como a Caetanave, em homenagem a Caetano Veloso que voltara do exílio imposto pela ditadura militar.
Depois dessa longa ausência, em 1974, a dupla Dodô e Osmar retornou ao Carnaval baiano com uma nova formação: “Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar”. Na ocasião, eles gravaram o disco “Jubileu de Prata”, que foi lançado no início de 1975, em comemoração aos 25 anos de criação do Trio.
Da Fobica à Caetanave e, a partir daí, cada vez mais sofisticados, os trios começaram a mudar de aparência e a adotar o luxo, entre eles, camarim com ar condicionado, geradores potetíssimos e sanitários modernos; hoje eles são responsáveis por uma movimentação de milhões de reais e enquanto palco móvel, permite que os artistas ofereceam espetáculos na rua para milhares de pessoas. Osmar, que sempre viveu do seu trabalho na construção civil, confessa que nunca ganhou dinheiro com o invento e que ele e Dodô nunca pensaram em patentear o “Trio Elétrico”. Em suas apresentações na Bahia, dependiam de patrocínio, sempre conquistado a duras penas. Tampouco Dodô, que morreu em 1978, se beneficiou financeiramente da “maquina da alegria”.
Em 1983, um Trio Elétrico se apresentou pela primeira vez no exterior, na Piazza Navona, em Roma, diante cerca de 80 mil pessoas, ao som de Armandinho, Dodô e Osmar. No ano de 1985 foi a vez da França, onde o trio tocou para mais de 100 mil pessoas, em Toulouse, viajando em seguida, para outras cidades como Nice e Toulon. Daí em diante, as viagens internacionais foram muita e, em uma delas, no festival de Montreux, ele conheceu pessoalmente Paco de Lucia, de quem era fã; segundo Osmar, esta foi uma das grandes alegrias da sua vida
Foto oferecida à autora em 1996 – Osmar, a Fobica e o “pau elétrico”
Em 1997, aos 74 anos, Osmar Macedo faleceu. O seu corpo foi velado no Palácio da Aclamação, em Salvador e o cortejo, acompanhado por vários trios elétricos, parou na Praça Castro Alves, onde ocorre o tradicional encontro dos trios durante o carnaval e onde Osmar foi homenageado pelos músicos baianos. Ele foi sepultado no Jardim da Saudade, ao som de “Brasileirinho”, uma das suas músicas preferidas, tocada por seu filho e companheiro de trio, Armandinho. Em 1998 foi inaugurado, na Praça Castro Alves, palco de grandes espetáculos da dupla, um monumento em homenagem à Dodô e Osmar.
Um “desafilho” entre Osmar e Armandinho no final dos anos 70 (o vídeo é antigo e de má qualidade, mas o duelo entre os dois músicos é extraordinário).
Em 2000, quando foi comemorado o Jubileu de Ouro, Osmar, que tanto desejou participar dessa festa, não estava mais entre nós. No entanto, a Fobica estava lá; em 2010 foram festejados os 60 anos de existência do Trio. Os seus nomes continuam lembrados e festejados, não somente como os criadores do Trio Elétrico, mas como os músicos que transformaram o carnaval da Bahia.
* – Segundo o leitor João Campos de Aragão, em comentário neste post, Temístocles não era Pernambucano e sim baiano: “Temistocles Campos de Aragão não era pernambucano e sim cidadão soteropolitano, nascido em 09 de julho de 1928 no bairro da Liberdade e falecido tragicamente em um acidente automobilístico com sua esposa Edna Bouças de Aragão, ocorrido em 23 de maio de 1976”.
Post publicado originalmente em “Leni David – De Tudo um Pouco” em 14/02/2010
José Angelo Leite Pinto, natural de Feira de Santana, Bahia. Tem formação acadêmica superior e atuou, por muitos anos, como professor de ciências e biologia; é membro de várias entidades nacionais na área das ciências biológicas.
Ainda garoto, com uns 10 anos de idade, começou a utilizar uma câmera Rolleiflex do seu pai, que sempre gostou de fotografar, apesar de ser daqueles que, às vezes, até o dedo ficava registrado nas fotos, embora sempre tivesse sua câmera por perto. Isto lhe despertou uma curiosidade e vontade cada vez maior de fotografar.
Interessou-se por variadas técnicas de fotografia através de livros e revistas, e sempre se exercitando nesta câmera Rolleiflex, ganhou de presente de aniversário uma câmera Yashica-D de filme 120mm, passando a fazer experiências fotográficas com fundos, luzes, variações de diafragma, velocidade, etc.
Ainda garoto, fez um curso de revelação em câmera escura preto & branco, montou um pequeno laboratório e adaptou um projetor de slides para ser o ampliador, já que um ampliador profissional custava muito caro. Sua mãe Profª. Bernadete Pinto, disponibilizou um pequeno quarto nos fundos da casa onde moravam, para que montasse seu laboratório fotográfico e, no meio dos tanques de revelador, fixador, varais, etc. começou a exercitar incansavelmente a arte da fotografia.
Já na universidade no final da década de 70, fez um curso de extensão em Microfotografia, produzindo fotografias e slides para os laboratórios de biologia, zoologia, botânica e geociências. Exercitou como mergulhador, filmagem em formato Super-8 e fotografia submarina, utilizando equipamentos Minolta, quando participava de viagens de estudo para coleta de exemplares para os laboratórios da universidade. Também trabalhou durante anos no Observatório Astronômico Antares, onde atuou na área de fotografia astronômica através de câmeras analógica Pentax 35mm e digital CCD acopladas aos telescópios.
Conhecedor de aplicativos (softwares) de tratamento e manipulação de imagens, com o advento das câmeras digitais, passou a trabalhar com equipamentos digitais Nikon e Sony, com os quais fotografa para ilustrações de livros, catálogos, outdoors, cartazes, folders, web sites, etc.
Participa periodicamente de concursos e exposições de fotografia a nível nacional e internacional, exerceu o cargo de Diretor Secretário do Sindicato dos Fotógrafos Profissionais de Feira de Santana e atualmente é Presidente do Clube de Fotografia Gerson Bullos, filiado à Confederação Brasileira de Fotografia.
Em 2006 participou do Concurso Fotográfico da Revista Trade em Miami, Florida; em 2007 da XV Bienal de Arte Fotográfica Brasileira em Cores; em 2008 da Mostra de Fotografia “Panorama 2008” do Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira em Feira de Santana; em novembro de 2008 representou o Brasil, junto com mais dois fotógrafos de Feira de Santana na 39ª Exposition Internationale D’Art Photographique e do 6º Salon d’Auteurs sur Invitation na França, além de algumas exposições virtuais em Lisboa e Budapest.
Se considera um fotógrafo amador em constante evolução e amante da fotografia.
“Fotografar é fazer poesia através de uma imagem. O poema não é feito de letras, mas das cores que ficam no papel”
Observação: Postado originalmente no blog “Leni David – De tudo um pouco” , em 16/09/2009 às 14:29h