Participação popular consolida o retorno do Bando Anunciador

 

 

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Demonstrando estar, de fato, ainda presente e forte no imaginário da população de Feira de Santana e de municípios da região, o Bando Anunciador da Festa de Senhora Santana, padroeira da região, voltou às ruas na manhã desse domingo (13), em mais uma edição da festa, resgatada pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) em 2007.

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Extinta por determinação de alguns segmentos do poder público e da Igreja em 1987, as manifestações populares em louvor a Senhora Santana voltaram a fazer parte do calendário de eventos do município, com a participação de moradores de diversos bairros de Feira de Santana e de comunidades de outras cidades.

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Foi um desfile de cores, animação, criatividade, folia, bandas, charangas e muito mais. Muitas pessoas, emocionadas, disseram ter encontrado amigos que há anos não via, o que foi possível graças ao Bando Anunciador.

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.Fotos: Dan Souza

Provas do vestibular da Uefs começam domingo

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Cerca de 10 mil candidatos disputam, a partir deste domingo (20) até terça-feira (22), o vestibular 2014.2 da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). São oferecidas 870 vagas em 25 cursos. Direito tem a maior concorrência, com 45,4 candidatos por vaga, seguido de Odontologia (41,6), Engenharia Civil (32,3) e Psicologia, com 26,2 candidatos por vaga.

O cartão de convocação continua disponível no portal www.uefs.br, nas seções ProSel e Notícias. Com o documento, o candidato tem acesso a informações como o endereço do estabelecimento e a sala em que fará a prova. Outros dados também podem ser acessados, como mapas dos locais de provas e consulta de inscrição.

Os candidatos devem adotar alguns procedimentos para evitar transtornos durante o vestibular. É recomendado que o local de prova seja visitado antes do domingo e identificadas as respectivas linhas do transporte público, para quem utiliza o serviço, ou os melhores trajetos no caso de uso de veículo próprio.

Tais medidas evitarão atrasos, já que os portões serão abertos, no horário de Brasília, às 7h15, e fechados, impreterivelmente, às 7h50. O candidato deverá, obrigatoriamente, apresentar documento de identidade original com o qual efetivou a inscrição. Para a prova de Redação e preenchimento dos gabaritos deve ser utilizada caneta esferográfica preta ou azul de corpo transparente. O início das provas será às 8 horas, com duração de 4 horas.

É vedado, sob pena de exclusão do processo seletivo, o porte ou uso, no recinto, de calculadora, agenda eletrônica, relógio digital, armas, telefone celular ou equipamentos similares.

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Perder: a dor é sempre a mesma

 

Fiquei silenciosa durante todo o período da Copa do Mundo. Não senti entusiasmo. Dos jogadores que faziam parte do grupo escolhido por Felipão, quase todos eram ilustres desconhecidos para mim, com exceção dos mais famosos: Neymar, David Luís, Maicon, Oscar e Júlio Cesar. Mesmo assim vi todos os jogos, torci, senti o coração disparar num misto de alegria e decepção.

Sempre apaixonada pela Seleção Brasileira, guardo muitas recordações das copas; umas tristes, outras muito boas. O resultado que mais me entristeceu, até a semana passada, foi o da copa de 1998, mas depois da goleada da Alemanha (7 x 1) e dos 3 a zero da Holanda, além do (bom) desempenho das diversas equipes em campo, a dor passou.

Hoje encontrei uma crônica de Drummond escrita em 1982, quando o Brasil perdeu para a Itália e cheguei à conclusão de que o texto escrito há 32 anos, continua atualíssimo, como se tivesse sido escrito em 2014. O tempo passa, os personagens e o cenário mudam, mas o comportamento das pessoas é o mesmo em todos os campeonatos.

Perder, ganhar, viver

Vi gente chorando na rua, quando o juiz apitou o final do jogo perdido; vi homens e mulheres pisando com ódio os plásticos verde-amarelos que até minutos antes eram sagrados; vi bêbados inconsoláveis que já não sabiam por que não achavam consolo na bebida; vi rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de festejar qualquer coisa, pois seus corações estavam programados para a alegria; vi o técnico incansável e teimoso da Seleção xingado de bandido e queimado vivo sob a aparência de um boneco, enquanto o jogador que errara muitas vezes ao chutar em gol era declarado o último dos traidores da pátria; vi a notícia do suicida do Ceará e dos mortos do coração por motivo do fracasso esportivo; vi a dor dissolvida em uísque escocês da classe média alta e o surdo clamor de desespero dos pequeninos, pela mesma causa; vi o garotão mudar o gênero das palavras, acusando a mina de pé-fria; vi a decepção controlada do presidente, que se preparava, como torcedor número um do país, para viver o seu grande momento de euforia pessoal e nacional, depois de curtir tantas desilusões de governo; vi os candidatos do partido da situação aturdidos por um malogro que lhes roubava um trunfo poderoso para a campanha eleitoral; vi as oposições divididas, unificadas na mesma perplexidade diante da catástrofe que levará talvez o povo a se desencantar de tudo, inclusive das eleições; vi a aflição dos produtores e vendedores de bandeirinhas, flâmuIas e símbolos diversos do esperado e exigido título de campeões do mundo pela quarta vez, e já agora destinados à ironia do lixo; vi a tristeza dos varredores da limpeza pública e dos faxineiros de edifícios, removendo os destroços da esperança; vi tanta coisa, senti tanta coisa nas almas…

Chego à conclusão de que a derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da vida. Tanto quanto a vitória estabelece o jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuante. Perder implica remoção de detritos: começar de novo.

Certamente, fizemos tudo para ganhar esta caprichosa Copa do Mundo. Mas será suficiente fazer tudo, e exigir da sorte um resultado infalível? Não é mais sensato atribuir ao acaso, ao imponderável, até mesmo ao absurdo, um poder de transformação das coisas, capaz de anular os cálculos mais científicos? Se a Seleção fosse à Espanha, terra de castelos míticos, apenas para pegar o caneco e trazê-lo na mala, como propriedade exclusiva e inalienável do Brasil, que mérito haveria nisso? Na realidade, nós fomos lá pelo gosto do incerto, do difícil, da fantasia e do risco, e não para recolher um objeto roubado. A verdade é que não voltamos de mãos vazias porque não trouxemos a taça. Trouxemos alguma coisa boa e palpável, conquista do espírito de competição. Suplantamos quatro seleções igualmente ambiciosas e perdemos para a quinta. A Itália não tinha obrigação de perder para o nosso gênio futebolístico. Em peleja de igual para igual, a sorte não nos contemplou. Paciência, não vamos transformar em desastre nacional o que foi apenas uma experiência, como tantas outras, da volubilidade das coisas.

Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos ou adquirimos, na maioria das cabeças, o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos invencíveis. Também não somos uns pobres diabos que jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com tendência a evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na cabeça de Telê Santana e de seus jogadores, reservas e reservas de reservas, como Roberto Dinamite, o viajante não utilizado, e dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria enfático e meio bobo. Mas o gesto vale por tudo, e bem o compreendemos em sua doçura solidária. Ora, o Telê! Ora, os atletas! Ora, a sorte! A Copa do Mundo de 82 acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem o Brasil, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos.

E agora, amigos torcedores, que tal a gente começar a trabalhar, que o ano já está na segunda metade?

 

Carlos Drummond de Andrade, Jornal do Brasil, 21 de junho de 1982.

 

Bando Anunciador escolhe rainha na quinta-feira

 

Será realizada quinta-feira (10), a partir de 19h, no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), a festa de escolha da rainha da oitava edição do Bando Anunciador da Festa de Senhora Santana. Vinte e uma candidatas concorrem ao título. No dia do evento também será realizada uma exposição fotográfica com a participação de George Lima, Beto Souza, Aldo Lima e Juraci Dórea, sobre o Bando Anunciador.

A programação ainda inclui uma mesa redonda com o tema “Memória e Identidade Cultural: O Bando anunciador da Festa de Santana”, com palestra dos professores Gilmário Moreira Brito (Universidade do Estado da Bahia – Uneb), e Diego Carvalho Correa (Universidade Estadual de Feira de Santana – Uefs).

O Bando Anunciador da Festa de Santana é organizado desde 2007 pela Uefs, através do Cuca, e resgata a tradição popular das homenagens à padroeira de Feira de Santana, Senhora Santana, extinta pela Igreja Católica em 1987. O desfile acontece no dia 13 de julho, um domingo, a partir das 7h.

Qualquer pessoa pode participar e muitas delas vão fantasiadas, representando bairros, povoados e até grupos de outros municípios. A saída é na rua Conselheiro Franco, em frente o Cuca. O cortejo passa pela praça da Bandeira, rua Marechal Deodoro e Beco do Mocó. O desfile termina na praça da Matriz.

Mais informações através dos telefones (75) 3221-9744 ou 3221-9766 ou da página do Cuca na internet (www.uefs.br/cuca). O Cuca funciona na rua Conselheiro Franco, nº 66, Centro, Feira de Santana.

 

Confira a programação:

10 de julho

Mesa redonda

Escolha da Rainha do Bando Anunciador

Exposição fotográfica

Horário: 19h

Local: Cuca

 

13 de julho

Desfile do Bando Anunciador

Horário: 7h

Local de saída: Cuca

 

Cuca faz inscrição online para oficinas de artes

 

Cuca faz inscrição online para oficinas de artes

O Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) inscreve até quarta-feira (9) para oficinas de teatro, dança, desenho, pintura, fotografia, ioga e karatê. As inscrições para novos alunos devem ser feitas através do site do Cuca (www.uefs.br/cuca). Os horários das oficinas estão disponíveis também no site do Cuca.

O cadastro não garante a efetivação da matricula. Um sorteio eletrônico vai definir os candidatos contemplados para as oficinas. Para a inscrição online o aluno deve informar dados pessoais, endereço, telefone e e-mail para contato. O sistema vai fornecer login e senha.

A lista com os alunos sorteados para os cursos do semestre 2014.2 será divulgada no dia 15 de julho. Aos alunos contemplados será cobrada uma taxa única de matrícula no valor de R$ 80. Para confirmar a matrícula, que é presencial, também é preciso apresentar original de comprovante de residência e de documento de identificação com foto ou certidão de nascimento e original e cópia do comprovante de depósito da taxa de matrícula.

O Cuca funciona na rua Conselheiro Franco, nº 66, Centro. Mais informações através dos telefones (75) 3221-9766 ou (75) 3221-9744.