Pós-Caribe de Dilma e Wagner

Antes de começar de fato, raras visitas de um chefe de Estado, e respectivas comitivas, à ilha de Cuba foram cercadas de tantas expectativas, alvissareiras, quanto a realizada esta semana pela presidente do Brasil, Dilma Rousseff a Havana. No desfecho, poucas viagens deixaram gosto tão amargo, tantas frustrações e a sensação melancólica dos boleros caribenhos sobre o fim de uma grande paixão quando se desfaz.

A questão é saber no meio do desalento quase geral – do governo, da diplomacia, dos dissidentes do regime cubano, dos defensores dos direitos humanos e da liberdade de expressão – que bolero ilustra melhor o pós-Caribe da presidente e de um de seus principais acompanhantes na comitiva levada à capital cubana – o governador petista da Bahia, Jaques Wagner.

Agora que estão de volta – Dilma a Brasília e Wagner a Salvador – ambos se veem às voltas com velhos problemas políticos e administrativos menosprezados e deixados sem resolver antes da viagem. Viraram assombrações para os dois no retorno, somados à repercussão externa próxima ao fiasco da recente excursão a Havana. Salvo, diga-se a bem da verdade factual, para os representantes máximos do regime da Ilha – Raul Castro e Fidel – e os donos da poderosa empreiteira baiana encarregada da construção do novo e monumental porto cubano, obra movida a generosos e fabulosos investimentos brasileiros, visitada por Dilma e Wagner.

“Pepinos deixados de molho não significam pepinos descascados”, ensinam aos governantes e políticos as sábias e boas cozinheiras do Recôncavo Baiano. Em Cuba ou por aqui a verdade é a mesma. Tanto que mal desembarcaram de volta, a presidente da República e o governador da Bahia deram de cara com questões que pareciam insignificantes (por ilusão de ótica ou erro de avaliação política), mas que se tornaram problemaços comuns aos dois nos últimos dias.

Em Brasília, com fortes e ainda imprevisíveis repercussões, principalmente no âmbito regional (mas nacional também como logo se verá) o desastrado e humilhante episódio do golpe de facão desfechado finalmente no pescoço do ministro das Cidades, Mario Negromonte (PP-BA). Na verdade, este caso prolongado além da conta mais parece briga de compadres ou de parentes próximos. Troca de seis por meia dúzia – para assinalar uma das características até aqui do governo Dilma – em lugar de reforma ministerial para valer, como se anunciava aos quatro ventos.

Ainda assim, o desdobramento desgastante deste caso deixa calos de sangue e muitas mágoas guardadas no pote e na geladeira para futuras cobranças (ou trocos) que seguramente virão, em Brasília e na Bahia. É só esperar uns dias mais e verificar.
Em Salvador, ao desembarcar do Caribe, o governador Wagner encontrou o circo pegando fogo em seu terreiro. Uma greve de PMs e bombeiros, que o governo baiano avaliou com indiferença, como manobras de facções empurradas por interesses políticos e eleitorais de dirigentes de entidades da corporação – além do Twitter do líder do DEM, ACM Neto (postulante a prefeito da capital) e da dupla de dirigentes do PMDB baiano, Geddel e Lúcio Vieira Lima,- ganhou corpo enquanto Wagner viajava.

Na quarta-feira, a Assembleia Legislativa da Bahia foi invadida por PMs grevistas, depois de um dia de cão no trânsito, na volta do trabalho de milhares de pessoas de todas as idades. Na quinta, ruas históricas do centro com gente correndo apavorada; comércio fechando as portas mais cedo diante de gritos de “arrastão” e de estranhas figuras encapuzadas e com armas na mão que mandavam “fechar” e davam outros comandos, pela cidade.

Em resumo, pavor instalado nos principais shoppings centers, invasões de lojas no subúrbio, caos completo em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia. “A sensação de insegurança da população”, reconhecida pelo governador em comunicado sobre a convocação da Força Nacional para, com ajuda do Exército e PMs que não aderiram à greve, tentar restabelecer a segurança e a tranquilidade para os baianos.

“Fomos surpreendidos pelos radicais”, escuto o secretário de Segurança da Bahia dizer na televisão, antes do barulho ensurdecedor do helicóptero militar que sobrevoa o edifício onde moro no bairro de Itaigara, a poucos metros de distância do heliporto do Colégio Militar do Exército em Salvador.

Nem parecem palavras de ocupante de cargo na cúpula do governo petista. O desfecho desta história pós-caribenha do governador Wagner e da presidente Dilma só saberemos nas próximas horas. Ou mais provável nos próximos dias, pelo andar da carruagem.
Sem pânico, é esperar e conferir.

Vitor Hugo Soares

Bahia – Policias em greve bloqueiam diversas vias, segundo Transalvador

 

De acordo com a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), os policiais em greve fecharam a Otávio Mangabeira, no sentido Itapuã, e impedem a passagem de veículos.

Ainda, segundo informações da Transalvador, os grevistas estariam tomando ônibus e carros de passeio e atravessando na pista, para forçar o bloqueio na via. Situação semelhante acontece na Avenida Paralela, nos dois sentidos. Segundo a Transalvador, carros também estão sendo tomados no local para serem usados de obstáculos na via.

A Transalvador recomenda que os motoristas evitem passar por esses locais, por conta da paralisação na Paralela, o engarrafamento já chega nas avenidas Antônio Carlos Magalhães e Bonocô.

Greve – Os policiais militares em estado de greve, grupo filiado à Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado (Aspra), permanecem acampados na Assembleia Legislativa da Bahia desde a noite de terça, 31, quando decretaram estado de greve.

Os manifestantes alegam que só vão deixar a Assembleia Legislativa depois que forem atendidos por um representante do governo.

Bloqueios semelhantes aconteceram no Centro Administrativo da Bahia, quando os grevistas fecharam a via por duas vezes.

 Fonte: Jornal A Tarde – Bahia

Programação CINE SESC

 Fevereiro 2012

 A programação do CINESESC do mês de fevereiro propõe ao público a observação de como as tradições musicais que compõem a rica diversidade cultural do Brasil, contribuíram para transformar o país em uma referência mundial em festas de rua, dando-lhe o status de país do carnaval. Além disso, integrando o Projeto SESC Meio Ambiente Verão, nós teremos alguns filmes que abordem temas de Educação Ambiental.

 

Programação de filmes

 01/02/2012 (quarta-feira) – 13h: Maracatu, maracatus  – Clas. 10 anos

02/02/2012 (quinta-feira) – 18h: Brasil – Clas. 12 anos

04/02/2012 (sábado) – 14h: Pixinguinha e a velha guarda  – Clas. Livre

05/02/2012 (domingo) – 14h: De volta a terra boa – Clas. Livre

 

07/02/2012 (terça-feira) – 18h: Carmen Miranda – Clas. Livre

09/02/2012 (quinta-feira) – 18h: Carmen Miranda: Banana is my business – Clas. livre

11/02/2012 (sábado) – 14h: O homem que bota ovo – Clas. Livre

12/02/2012 (domingo) – 14h: Cidadão Jatobá – Clas. Livre

 

14/02/2012 (terça-feira) – 18h: Partido Alto – Clas 10 anos

16/02/2012 (quinta-feira) – 18h: Os Doces Bárbaros – Clas 12 anos

18/02/2012 (sábado) – 14h: Malasarte vai à feira – Clas. Livre

19/02/2012 (domingo) – 14h: Pajerama – Clas. Livre

20/02/2012 (segunda-feira) – 14h: O planeta de Pispsqueak I – Clas Livre

21/02/2012 (terça-feira) – 14h: Minha Rainha – Clas. Livre

23/02/2012 (quinta-feira) – 18h: Moro no Brasil – Clas. Livre

25/02/2012 (sábado) – 14h: Jornada Kamayurá – Clas. Livre

26/02/2012 (domingo) – 14h: O planeta de Pispsqueak II – Clas. Livre

28/02/2012 (terça-feira) – 18h: Samba e Bossa Nova: música do Brasil – Clas Livre

 

Simplesmente por amor…

 

AMAR

 

Ana Jácomo

 “Procure me amar quando eu menos merecer, porque é quando eu mais preciso”

Falamos à beça de amor. Apesar das nossas singularidades, temos pelo menos esse desejo em comum: queremos amar e ser amados. Amados, de preferência, com o requinte da incondicionalidade. Na celebração das nossas conquistas e na constatação dos nossos fracassos. No apogeu do nosso vigor e no tempo do nosso abatimento. No momento da nossa alegria e no alvorecer da nossa dor. Na prática das nossas virtudes e no embaraço das nossas falhas. Mas não é preciso viver muito para percebermos nos nossos gestos e nos alheios que não é assim que costuma acontecer.

Temos facilidade para amar o outro nos seus tempos de harmonia. Quando realiza. Quando progride. Quando sua vida está organizada e seu coração está contente. Quando não há inabilidade alguma na nossa relação. Quando ele não nos desconcerta. Quando não denuncia a nossa própria limitação. A nossa própria confusão. A nossa própria dor. Fácil amar o outro aparentemente pronto. Aparentemente inteiro. Aparentemente estável. Que quando sofre não faz ruído algum.

Fácil amar aqueles que parecem ter criado, ao longo da vida, um tipo de máscara que lhes permite ter a mesma cara quando o time ganha e quando o cachorro morre. Fácil amar quem não demonstra experimentar aqueles sentimentos que parecem politicamente incorretos nos outros, embora costumem ser justificáveis em nós. Fácil amar quando somos ouvidos mais do que nos permitimos ouvir. Fácil amar aqueles que vivem noites terríveis, mas na manhã seguinte se apresentam sem olheiras, a maquiagem perfeita, a barba atualizada.

É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. Nos cafés, após o cinema, quando se pode filosofar sobre o enredo e as personagens com fluência, um bom cappuccino e pão de queijo quentinho. Nos corredores dos shoppings, quando se divide os novos sonhos de consumo, imediato ou futuro. É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nos encontros erotizados, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando.

Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. E fala o tempo todo do seu drama com a mesma mágoa. Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando até a própria alma parece haver se retirado.

Difícil é amar quando já não encontramos motivos que justifiquem o nosso amor, acostumados que estamos a achar que o amor precisa estar sempre acompanhado de explicação. Difícil amar quando parece existir somente apesar de. Quando a dor do outro é tão intensa que a gente não sabe o que fazer para ajudar. Quando a sombra se revela e a noite se apresenta muito longa. Quando o frio é tão medonho que nem os prazeres mais legítimos oferecem algum calor. Quando ele parece ter desistido principalmente dele próprio.

Difícil é amar quando o outro nos inquieta. Quando os seus medos denunciam os nossos e põem em risco o propósito que muitas vezes alimentamos de não demonstrar fragilidade. Quando a exibição das suas dores expõe, de alguma forma, também as nossas, as conhecidas e as anônimas. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, para caminhar ao seu encontro.

Difícil é amar quando o outro repete o filme incontáveis vezes e a gente não aguenta mais a trilha sonora. Quando se enreda nos vícios da forma mais grosseira e caminha pela vida como uma estrela doída que ignora o próprio brilho. Quando se tranca na própria tristeza com o aparente conforto de quem passa um feriadão à beira-mar. Quando sua autoestima chega a um nível tão lastimável que, com sutileza ou não, afasta as pessoas que acreditam nele. Quando parece que nós também estamos incluídos nesse grupo.

Difícil é amar quem não está se amando. Mas esse talvez seja o tempo em que o outro mais precise se sentir amado. Para entender, basta abrirmos os olhos para dentro e lembrar das fases em que, por mais que quiséssemos, também não conseguíamos nos amar. A empatia pode ser uma grande aliada do amor.

Mais um protesto

Caiu na rede!

“Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá, foi como criar um lindo vaso de flores pra vocês usarem como pinico”.(O.Niemeyer)

 “Por que tudo o que acontece é de Brasília? Você liga na Band é o Datena dizendo “ô de Brasília”, se falam de corrupção “vem de Brasília”, se meteram a mão na grana “foi de Brasília”. Tudo o que de ruim acontece vem de Brasília.

Chega! Brasília não é a privada do Bras…il. Somos uma população de 2.606.885 habitantes (segundo o IBGE em 2009). Dos 81 senadores que aqui aportaram, somente 3 são de Bra…sí…lia.

 Dos 513 deputados federais, 8 são nossos. Nossos, não, pois, mesmo os que representam Brasília dificilmente são originários daqui. Portanto, se aqui tem lixo, veio daí, do “seu” estado. O lixo é seu. Você votou nele.

Se já não bastasse termos um dos maiores custos de vida do Brasil devido aos altos salários dos representantes do “seu” estado, ainda temos que aguentar isso. Somos 2.606.885 trabalhadores e estudantes, pais e mães de família. Acordamos cedo, ralamos o dia inteiro e temos que esbarrar todo dia no representante do “seu” estado.

Chega! Exigimos respeito.

Aqui não tem só político. Se você pensa assim, vou começar a achar que no Rio de Janeiro só tem traficante, que na Bahia só tem cantor de axé, que no Amazonas só tem índio, que no Rio Grande do Sul todo mundo é boiola, que na Paraíba o macho é só a mulher, e que em Goiás só tem cantor brega.

Lembre-se: se o cara é corrupto, ele é espelho do SEU voto, portanto, espelho SEU. Então, pense melhor antes de defecar dentro da urna. Brasília agradece.”

(Autoria desconhecida)