Seca na Bahia

 

O Nordeste é estigmatizado pela seca, pela pobreza e pela imigração. O verão foi quente e seco e as trovoadas, tão esperadas nessa época, não aconteceram. Em consequência, os  leitos dos rios e riachos estão secos e mesmo quando ainda resta um pouco d’água deixam aparecer a terra esturricada e rachada.

Os animais com sede e fome definham até morrer; os homens, entre desolados e tristes esperam resignados pela ajuda divina, pois os milhões prometidos pelos governantes não chegam até eles devido à burocracia e ao descaso. A falta de chuva e as lavouras perdidas os impedem até de comer, pois as árvores frutíferas não produzem e o feijão que mata a fome não vingou e está custando caro nos supermercados.

Há cerca de quatro meses eram cerca de 150 municípios baianos vítimas da estiagem; hoje são mais de 200 em estado de emergência. No entanto, nas propagandas oficiais a “água para todos” jorra nas profundezas do sertão. Não é o que mostra a realidade.

Hoje encontrei uma cópia de um poema, quase desconhecido, que transcrevo abaixo, escrito pela poeta feirense Georgina Erismann, na primeira metade do século XX. Ele continua atual:

Inclemência

Georgina Erismann

O coração da terra anda chorando

Com saudades da chuva…

Por mais que o céu prometa

dos olhos das estrelas

as lágrimas não caem…

O sol devora tudo.

Tornou-se cor de bronze,

a mata, que era verde.

Calaram-se todas as fontes…

Morreram os passarinhos…

Há fome pelas estradas.

Há sede pelos caminhos.

Matéria sobre a seca (02/04/2012) no Jornal Nacional.

 

Nada do que foi será…

 

Como Uma Onda

  Lulu Santos / Nelson Motta

Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa, tudo sempre passará

A vida vem em ondas como o mar

Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo no mundo

Não adianta fugir

Nem mentir pra si mesmo

Agora

Há tanta vida lá fora, aqui dentro

Sempre como uma onda no mar

Como uma onda no mar

Como uma onda no mar

Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa, tudo sempre passará

A vida vem em ondas como o mar

Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo no mundo

Não adianta fugir

Nem mentir pra si mesmo

Agora

Há tanta vida lá fora, aqui dentro

Sempre como uma onda no mar

Como uma onda no mar…

Dia do Trabalho

 

 Uma data universal.

Comemorado no dia 1º de maio, o Dia do Trabalho é uma data universal e é comemorada para celebrar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história. Tudo começou no dia 1º de maio de 1886, ocasião em que os trabalhadores de Chicago promoveram uma grande manifestação contra as duras condições de trabalho a que eram submetidos, cerca de 13 horas diárias.

Os protestos paralisaram os Estados Unidos, com muitos confrontos entre os manifestantes e a polícia, resultando na morte de diversos manifestantes. Essa manifestação dos trabalhadores ficou conhecida como a Revolta de Haymarket.

Três anos depois, em 1889, em Paris, uma central sindical conhecida como “Segunda Internacional” instituiu o 1º de maio como data máxima dos trabalhadores organizados; a partir daí começaram as reinvindicações por 8 horas de trabalho diário. No dia 23 de abril de 1919, o senado francês ratificou a jornada de trabalho de 8 horas e proclamou 1° de maio como o dia do Dia do Trabalho e feriado nacional.

Depois da França, a Rússia, em 1920, foi o primeiro país a adotar o 1º de maio como data comemorativa ao trabalho. No Brasil o 1º de maio foi consolidado em 1924, no governo de Artur Bernardes.

Com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, nos anos 30, e com a criação do Ministério do Trabalho, em 12 de dezembro do 1930 e, posteriormente, com a implementação das Leis Trabalhistas – CLT – em 01 de maio de 1943, o dia do Trabalho no Brasil era festejado e esperado pelos trabalhadores como o dia em que seriam anunciados benefícios para a classe, inclusive aumento salariais. Hoje os sindicatos promovem festas, espetáculos de música, sorteios, etc.

Na maioria dos países, o 1º de maio é o dia da festa do trabalho. Comemorada desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886.

 Para saber mais sobre o Dia do Trabalho e suas tradições, clique aquiaqui.

Seca

 

Cau Gomez. Belo Horizonte, Minas Gerais, 1972. Artista gráfico, caricaturista e ilustrador. Colabora com a revista Courrier International na França e atua como artista plástico. Conquistou mais de 40 premiações em diversos festivais e salões de humor no Brasil e exterior, dentre eles: Primeiro Prêmio, Portocartoon 2002, Portugal, na Bienal Internacional de Caricaturas y Dibujo Humorístico. Santa Cruz de Tenerife e o premio Curuxa na Espanha.   Participou de várias exposições coletivas, incluindo a curadoria do 8º RIDEP Rencontres Internationales du Dessin de Presse, França 2007. Chargista do Jornal A Tarde, Salvador (BA).